Encaminhado com Frequência
Nos últimos dias, você já deve ter notado uma onda de vídeos e notícias que tentam ligar o Partido dos Trabalhadores (PT) ao Comando Vermelho. Essa situação se intensificou após a prisão do funkeiro MC Poze do Rodo, no dia 29 de maio de 2025. Vamos explorar o que está por trás dessa narrativa e como ela se espalha nas redes sociais.
O Contexto da Narrativa
A oposição, especialmente a bolsonarista, tem um histórico de associar o PT a organizações criminosas como o PCC e o Comando Vermelho. A partir de fevereiro de 2025, com a apresentação de um projeto de lei anti-Oruam pela vereadora Amanda Vettorazzo, essa narrativa ganhou força. Esse projeto visa proibir a contratação de artistas que façam apologia ao crime em eventos públicos, resultando em um aumento nas discussões que ligam o funk ao crime organizado.
Os Picos de Menções
O volume de menções que associam Lula ao Comando Vermelho alcançou um pico significativo em 8 de maio, quando surgiu a notícia de que os Estados Unidos consideravam incluir o CV e o PCC na lista de organizações terroristas. Um vídeo do deputado Kim Kataguiri destacou essa campanha, onde ele afirmou: “Esse é o escândalo mais grave do governo Lula até agora”, fazendo uma conexão direta entre o PT e o crime organizado.
A Prisão de MC Poze do Rodo
A prisão de MC Poze do Rodo catalisou ainda mais essa narrativa. Ele foi detido sob suspeita de apologia ao crime e envolvimento com o Comando Vermelho. Assim que isso ocorreu, grupos de WhatsApp e redes sociais começaram a associá-lo ao PT, reforçando a ideia de que o presidente Lula teria uma ligação com o crime organizado.
O Papel das Redes Sociais
As redes sociais desempenham um papel essencial nesse processo. Conteúdos afirmando que MC Poze é filiado ao PT começaram a circular, criando um ambiente de desinformação que afeta a percepção pública. Em grupos de WhatsApp, vídeos e memes associam o funk e a cultura periférica ao crime.
Ataques a Outros Artistas
Além de MC Poze, outros artistas como Oruam também se tornaram alvos de ataques. Um vídeo que se espalhou rapidamente mostrava o deputado Sargento Fahur chamando Oruam de “vagabundo” e defendendo sua prisão. Esse tipo de conteúdo não apenas ataca a figura pública, mas também reforça estigmas e preconceitos.
A Tempestade de Desinformação
Essa situação se transformou em uma verdadeira tempestade de desinformação. A estratégia utilizada é típica das operações contemporâneas: criar uma cadeia de associações que promovem desconfiança, mesmo sem provas concretas. Essa abordagem contamina o debate público, dificultando a distinção entre o que é verdade e o que é manipulação.
O Impacto no Debate Público
Esses eventos mostram como a oposição digital opera, apropriando-se de acontecimentos de grande apelo midiático e reinterpretando-os dentro de uma narrativa existente. Isso não apenas reforça campanhas de criminalização, mas também alimenta preconceitos e desinformação.
Evento | Data | Impacto |
---|---|---|
Apresentação do PL anti-Oruam | Fevereiro 2025 | Proibição de artistas que fazem apologia ao crime |
Menções a Lula e Comando Vermelho | 8 de Maio 2025 | Aumento nas associações entre PT e crime |
Prisão de MC Poze do Rodo | 29 de Maio 2025 | Ligação do funk ao crime e ao PT |
A Conexão com a Cultura
A maneira como a cultura e a política se entrelaçam nesse contexto é preocupante. A música e a expressão artística estão sendo usadas como armas em uma guerra de narrativas. O funk, uma forma de expressão popular, está sendo atacado e associado ao crime, gerando consequências para os artistas e para a comunidade.
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